Em agosto de 2006 aviões de Israel bombardearam parte da Palestina e, em Canaã, muitas crianças que se encontravam num subterrâneo, morreram. Como o massacre das bombas israelenses se repete neste julho de 2014, resolvi colocar no blog este pequeno texto de oito anos atrás.
As crianças de Canaã
É muito fácil, de um avião, jogar uma bomba
Jogar uma bomba onde num subterrâneo
Brincam crianças escondidas do fogo da barbárie.
É muito fácil, de um avião,
Interromper as alegrias singelas das crianças
Que se divertem com um nada qualquer.
As crianças ouvirão, pela última vez,
O canto seco de um pássaro estranho
Que traz consigo a morte em suas asas.
As crianças sentirão o cheiro do explosivo,
Da fumaça, da pólvora, da poeira
E das próprias carnes dilaceradas.
O silêncio, depois, será profundo
E todas as riquezas daquelas vidas
Não mais serão.
É muito fácil, de um avião,
Ser herói matando crianças.
As crianças de Canaã apodrecerão
Numa vala rasa, escondidas e esquecidas
Em página secundária da história.
Agosto de 2006.
As crianças de Canaã
É muito fácil, de um avião, jogar uma bomba
Jogar uma bomba onde num subterrâneo
Brincam crianças escondidas do fogo da barbárie.
É muito fácil, de um avião,
Interromper as alegrias singelas das crianças
Que se divertem com um nada qualquer.
As crianças ouvirão, pela última vez,
O canto seco de um pássaro estranho
Que traz consigo a morte em suas asas.
As crianças sentirão o cheiro do explosivo,
Da fumaça, da pólvora, da poeira
E das próprias carnes dilaceradas.
O silêncio, depois, será profundo
E todas as riquezas daquelas vidas
Não mais serão.
É muito fácil, de um avião,
Ser herói matando crianças.
As crianças de Canaã apodrecerão
Numa vala rasa, escondidas e esquecidas
Em página secundária da história.
Agosto de 2006.