domingo, 8 de abril de 2018

Um discurso no sindicato

Lula nasceu numa casa de taipa e escapando de estatística macabra, conseguiu sobreviver à fome nos seus primeiros anos de vida. Foi a São Paulo ainda menino em um pau-de-arara com a família onde mais tarde tornou-se um torneiro mecânico. Nordestino, retirante, operário, conseguiu como presidente da república fazer um governo bem superior aos de outros presidentes oriundos da classe dominante brasileira. Se tornou uma estrela internacional. Isso a elite, principalmente a aristocrática casta superior paulista, não perdoou. O amor próprio dessa elite mesquinha foi ferido de morte. Como consequência do seu triunfo em relação ao crescimento do país conjugado com distribuição de renda, ocorreu uma caçada humana implacável: a mídia patronal; os procuradores de bochechas rosadas e de óculos de aros finos; o anão de Curitiba; os três patetas de Porto Alegre; os "guardiões" da Constituição Federal de Brasília. Qual ópera bufa, uma farsa de caráter colossal se concretizou ontem, dia 07 de março de 2018. A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o castigo por ele ter ousado introduzir na sociedade brasileira mecanismos para a inclusão social, a inclusão educacional, o acesso à saúde e ter feito uma defesa intransigente dos interesses nacionais frente aos interesses das nações hegemônicas. Mas antes de se entregar, fez mais um discurso histórico na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC.