terça-feira, 10 de novembro de 2020

Uma velha história

Uma velha história contada como se tivesse uma mensagem. Mas, não! É apenas uma velha história. 

Um homem ia por um caminho e foi assaltado. Levaram os seus bens, deram-lhe uma surra e o deixaram caído na margem da estrada. 

Por ali passou um legislador, o homem que fazia as leis da cidade e tinha um belo discurso de homem correto e amante do direito. Ele participava anualmente de todas as convenções e sempre brindava o público com ideias fabulosas de como melhorar a vida dos cidadãos. Era atencioso e tinha inclusive um programa de televisão para ajudar semanalmente alguns miseráveis. Mas o legislador olhou para o lado, viu o homem caído e simplesmente o ignorou.

Depois passou um homem religioso. Ele conhecia em detalhes o livro de sua religião e todos os seus amigos sabiam que ele gostava de fazer caridade. Ao ver o pobre infeliz jogado no caminho pensou em ajudar. Entretanto, lembrou-se que se o fizesse, a sua vida sairia da rotina, ele teria despesas adicionais e durante a recuperação, sendo um desconhecido, poderia ser bastante impertinente. Com a mente repleta desses pensamentos, o homem religioso também passou adiante.

Por fim passou um homem que dizia que não acreditava em Deus. Ao ver a pessoa caída e sangrando, apiedou-se. Deu-lhe água, o ajudou a se levantar e o levou para casa. Lá chegando, chamou um médico, alimentou o pobre homem e, junto à sua esposa, ficou ao pé da cama durante a lenta recuperação, escutando com paciência os lamentos do convalescente. 

O que podemos dizer a mais? Hoje, o homem do caminho está recuperado, o ateu continua com a sua descrença, o homem religioso fazendo caridade, o legislador fazendo belos discursos e do bando de assaltantes um foi morto, outro está preso e o último continua prescrutando o caminho. Dizem que também havia um quarto assaltante, mas que voltou para o interior e hoje trabalha com o seu pai num pequeno roçado; mas isso não foi confirmado pelo rapaz que encontra-se preso. 

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