terça-feira, 21 de abril de 2020

Outro pesadelo

Acordei após um pesadelo e lembrei-me de Gerard de Nerval: "O Sonho é uma segunda vida". E pensei, tentando encontrar uma simetria: a vida pode ser um outro pesadelo. No centro, uma crise política e de saúde pública.

Bolsonaro apresenta um contumaz desprezo pelos mais humildes e uma arrebatadora admiração pelos poderosos, em particular por banqueiros e empresários. É um herói para maus caráteres, para medíocres, para fracassados e para ignorantes. Antes da eleição presidencial de 2018, Bolsonaro mostrara em diversas ocasiões quem ele era. Racista, debochou e fez piada com negros em uma Associação Israelita no Rio de Janeiro. Xenófobo-regionalista, achincalhou a população do Nordeste. Homofóbico, declarou com todo o orgulho que preferia ter um filho morto a homossexual. Misógino, por várias ocasiões foi extremamente agressivo e deselegante com repórteres mulheres. Incentivou a violência contra a mulher, ao afirmar que não estupraria uma deputada porque ela não mereceria. Foi anti-democrático, ao homenagear torturadores e considerar como herói o maior assassino do regime militar brasileiro. Foi anti-patriota, ao bater continência à bandeira dos Estados Unidos. Amante de assassinos, ao comentar que o regime militar deveria ter matado mais pessoas. Fascista, quando gritou em comício que deveriam fuzilar os adversários políticos. Agora, com a pandemia da covid-19 e o desprezo descarado pela vida dos cidadãos, vemos que também lhe caberia bem um outro adjetivo: nazista. Em resumo, não vale uma cibazol!

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